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quinta-feira, 16 de maio de 2013

Pintura: Dora Mar, a amante de Picasso...


Picasso teve grandes amores e desamores, a sua vida e a arte, estão completamente interligadas. A sua vida pessoal, esteve sempre ligada ao trabalho. Quando tinha um novo amor, constantemente o retratava, em suas telas, quando acabava esse amor, fazia as suas figuras distorcidas . As mulheres  de Picasso, sabiam quando estavam a ser trocadas, bastava observarem os seus trabalhos. Um dia confidenciou com o filho: as mulheres que não gosto estou preso, as que amo desaparecem, disse-lhe isto muito irritado. Agora um desabafo meu: talvez não se lembra-se que apenas devemos amar, o que não tem preço.
Até nos amores e desamores ele foi grande .Uma das suas grandes obras foi o quadro a "Guernica" pintado em aguarela e não em óleo. Esta obra, é uma denuncia do bombardeamento desta povoação pelas tropas fascista  franco, apoiadas pelos nazis alemães. Em 1940 com Paris ocupado pelos nazis, um oficial alemão, entrou no seu atelier, diante da fotografia reproduzindo o painel de "guernica" perguntou-lhe se era ele que tinha feito aquilo, Picasso inteligente,  e anti-nazi  respondeu sabiamente " não foram vocês?"
Mário Jorge Neves













































3 comentários:

  1. Mas de rostos sempre angulosos e carregados, Mar Arável.
    Deixo-lhe aqui um poema meu dedicado a Picasso:

    Carta a Picasso

    (A propósito da pintura “Les Demoiselles d’ Avignon”)*

    Não sei se as fodeste, antes de as pintares
    para lhes matar o erotismo e a beleza
    sei que não te enforcaste atrás da tela
    como previra Derain
    a carne rósea está lá, bem esquadrinhada,
    sob o fundo azul da tua matriz original
    e em explosivo esplendor,
    resultado da tua arte,
    mas espartilhada na frieza
    das linhas firmes
    rasgadas a régua e a esquadro.
    Os rostos foram talhados a machado
    e só os olhos brilham
    em esquadrias angulosas
    e não sei se há naqueles olhares
    um qualquer desapiedado desprezo
    ou algum apelo ou desagravo
    ou até uma incisiva acusação,
    pois ternura e afectos são coisas que lá não vejo.
    Eu sei que te inspiraste em formas arcaicas
    embora negues a herança negróide
    do nariz de todas elas
    mas quero dizer-te, Picasso,
    com esta geometria descentrada
    salvaste a pintura e a Humanidade
    e soubeste afirmar a arte como mentira
    tal como Plínio afirmou
    a propósito daquele pintor romano
    que pintou uvas tão perfeitas
    que até os pássaros as foram debicar.
    E, para comer, tu apenas nos deixaste
    no fundo da tela
    o cacho de uvas, a pêra, a maçã,
    e uma talhada de melancia.
    És um forreta, Picasso,
    e agora já sei que as fodeste, antes de as pintares.

    Alexandre de Castro

    http://alpendredalua.blogspot.pt/2010/07/anotacao-do-tempo-carta-picasso.html

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  2. Gostei muito do poema!
    Com esta é que me lixaste, oh poeta de Castronada casto.

    Umabraço

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