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domingo, 5 de julho de 2009

Honduras: Um golpe militar com uma história mal contada

A história do golpe militar nas Honduras está mal contada. Existem contornos difusos, que só o tempo irá aclarar.
É impensável que os generais hondurenhos sejam ingénuos, ao ponto de desencadearem um golpe contra um presidente eleito democraticamente, sem terem a sua rectaguarda garantida por uma potência exterior. Também a diplomacia católica nunca se engana, e o apoio explícito dos bispos hondurenhos aos revoltosos levanta suspeitas sobre a existência de um decisivo apoio externo ao golpe militar. Caso contrário, os bispos ter-se-iam remetido ao silêncio.
O mesmo se poderá dizer da corajosa e determinada posição inicial da Organização dos Estados Americanos, que se apressou a condenar o golpe e a expulsar as Honduras do seu seio, mas que, com o tempo, foi evidenciando algum amolecimento, induzido principalmente pelo representante dos Estados Unidos.
A CIA e os exércitos dos países sul-americanos têm uma longa experiência de cumplicidade no desencadeamento de golpes de Estado e da consequente instauração de ditaduras sangrentas, quando os governos legítimos desafiam o poder dos Estados Unidos. Foi o que aconteceu no Chile em 1973. Das Honduras, o que se sabe, é manifesta intenção do presidente deposto, Manuel Zelaya, de se aproximar de Hugo Chavez e da sua revolução boliveriana, situação que não seria vista com bons olhos pelos Estados Unidos. E isto, talvez seja a parte da história que falta contar.
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1390356&idCanal=11

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